Texto expositivo-argumentativo - 24 de outubro de 2012
No mundo atual, em que tudo parece mudar à nossa volta a uma velocidade estonteante, é fundamental reforçar as nossas raízes e os nossos laços afetivos, de modo a preservar o necessário equilíbrio emocional.
Tendo como ponto de partida o seu conhecimento do mundo contemporâneo, elabore um texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, no qual apresente uma reflexão sobre o tema acima apresentado. Para fundamentar o seu ponto de vista, recorra, no mínimo, a dois argumentos, ilustrando cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.
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FAZER O BEM SEM OLHAR A QUEM
A Terra é um planeta em constante mudança: guerras, catástrofes naturais e a crise mundial, a tão temida crise que levou países e famílias à bancarrota, a situações inacreditáveis e impossíveis de imaginar. Tudo isto muda o mundo! Aquilo que ontem era, hoje já pode não o ser. Mas… o que havemos de fazer? Algo que não podemos controlar é a forma como o planeta muda.
No entanto, as relações entre cada um de nós, quer dentro do seio familiar, quer na nossa relação com o mundo, são necessárias para que possamos ter alguma estabilidade, não apenas a nível emocional, mas também a nível profissional e social.
“Reforçar as nossas raízes e os nossos laços afetivos” é o grande objetivo com que nos comprometemos. Como? Simples! São vários os exemplos em que nos podemos focar.
A expressão “fazer o bem sem olhar a quem” pode servir de mote para um desses exemplos. Devemos ajudar os outros! Na escola, no emprego, em ações de voluntariado, onde quer que seja. Desde que ajudemos os outros, pouco importa. Para além da melhoria das relações entre pessoas, pode ajudar essas mesmas pessoas a nível mental e a nível físico (pessoas com distúrbios mentais ou em situações de desemprego prolongadas).
Por outro lado, o que há de melhor para melhorarmos as relações afetivas entre as pessoas que não a diversão? Estar com os amigos, com a família e aproveitar os momentos com eles é algo que nos faz esquecer o mundo lá fora e nos possibilita bons momentos, por vezes, momentos que se tornam inesquecíveis.
Em suma, a forma como nos relacionamos com os outros afeta-nos a todos os níveis. Num mundo em mudança, relações fortes e duradouras com os outros são essenciais para conseguirmos, sem exagero, sobreviver!
Leitura de imagem - 25 de novembro de 2012
Goya, Fuzilamento de 3 de Maio de 1808 (Museu do Prado)
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A obra de Goya, que se encontra no Museu do Prado, representa um fuzilamento ocorrido a 3 de maio de 1808.
Na obra, é possível contrapor duas forças: os condenados e os soldados. Nos condenados, é possível observar o olhar “congelado” (medo e terror, é impossível fugir à morte). O grupo tem, em primeiro plano, um homem de braços abertos, tal como um homem que se encontra no chão, envolto em sangue. Os soldados, por sua vez, encontram-se de armas nas mãos, a disparar contra o grupo que se encontra à sua frente. O grupo de soldados encontra-se de costas para o plano frontal, sem mostrar a cara e com o olhar para o chão, como se, por um lado, não tivessem dignidade nem alma, mas por outro, tivessem vergonha do ato de matar. Como interpretações à obra, destaca-se a denúncia do poder e da guerra (o povo sofre sempre, nunca tem forma de escapar) e a incitação ao povo para se revoltar contra os opressores.
Quanto às cores utilizadas, observa-se um contraste entre o claro e o escuro. Por um lado, a utilização de cores escuras para representar a noite, a cor da terra, os fatos dos condenados e dos soldados. A utilização destas cores enfatiza o momento que está a decorrer, um momento de medo e terror, que representa a morte. Por outro lado, são utilizadas cores vivas, como o vermelho do sangue (morte) e o branco da camisa, como se fosse uma luz, sinal de esperança, tal como a lanterna que se encontra junto ao chão, iluminando os condenados.
As pinceladas na obra são desiguais, já que os contornos nos inocentes são menos vincados do que nos atiradores, evitando-se conhecer a cara dos primeiros.
Como funções, destacam-se as funções informativa, narrativa, argumentativa e simbólica.
Texto expositivo-argumentativo - 13 de janeiro de 2013
Elabore uma reflexão sobre o significado da liberdade, partindo da perspetiva exposta no excerto a seguir transcrito.
Fundamente o seu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustre cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.
Escreva um texto, devidamente estruturado, de duzentas e trezentas palavras.
"A liberdade é, antes de mais, o respeito pelos outros e o respeito que os outros nos devem em função dos nossos direitos. A liberdade é a combinação entre os direitos e os deveres, sem que cada um invada o espaço que, por direito, pertence aos outros."
José Jorge Letria
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Numa altura em que tanto se fala de crise, e não apenas uma crise monetária, mas também uma crise de valores, não existe melhor tema a tratar que não o da liberdade. Atualmente dizemos que a nossa liberdade está condicionada, não somos totalmente livres. Mas porque dizemos isso? Será que a liberdade está mesmo condicionada?
Para tal, é necessário sabermos o que é a liberdade. Diz-se, e repito, diz-se, que a liberdade é o conjunto de direitos e deveres que cada cidadão tem e deve cumprir. No entanto, este tipo de liberdade remete-nos apenas para uma liberdade coletiva e não para uma liberdade interior, uma liberdade própria do ser humano…
A liberdade coletiva está relacionada com o viver em sociedade. Principalmente aqui, os cidadãos têm de cumprir os seus deveres para que possam disfrutar dos seus direitos. Recordemos que recentemente, nós, povo português, não tinha a liberdade para fazer escolhas, para ter uma opinião, para viajar ou para escolher os nossos governantes. A liberdade coletiva foi algo que conquistámos a muito custo e, se alguns de nós pensam que isto é pouco, recuem quarenta anos e imaginem como era.
Por outro lado, a liberdade individual é algo que apenas nós podemos controlar. A liberdade individual está relacionada com o facto de cada um de nós ter uma opinião diferente, aceitemo-la ou não. Temos apenas de a respeitar e nunca desrespeitá-la. Já uma pessoa que não pensa, que não consegue escolher, que não tem uma opinião própria, não é uma pessoa que se desenvolva totalmente. Um cidadão tem de saber viver, viver das suas escolhas, sejam elas boas ou más.
Se a nossa liberdade está condicionada? Talvez, nós próprios controlamos um pouco a nossa liberdade ao fazermos escolhas. É algo que não pensamos, mas que acontece. Somos seres racionais, ponto.